segunda-feira, 28 de novembro de 2011




Grupo de Contação de histórias "Palavras de Alfenim" Contando Histórias na EM Luis Antonio Sá Carvalho

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

SEMINÁRIO NOVEMBRO 2011


Quadros em exposição dos alunos de Escola Estadual Joaquim Mario Bonfim - Bodoquena MS

CONTANDO HISTÓRIAS NO III SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO A DISTÃNCIA DE MATO GROSSO DO SUL.

Representando o Grupo "Palavras de Alfenim".

Sandra Maria Pires Gonçalves

terça-feira, 8 de novembro de 2011

A Ilha dos sentimentos

Era uma vez uma ilha, onde moravam todos os sentimentos: a Alegria, a Tristeza, a Sabedoria e todos os outros sentimentos. Por fim o amor. Mas, um dia, foi avisado aos moradores que aquela ilha iria afundar. Todos os sentimentos apressaram-se para sair da ilha.

Pegaram seus barcos e partiram. Mas o amor ficou, pois queria ficar mais um pouco com a ilha, antes que ela afundasse. Quando, por fim, estava quase se afogando, o Amor começou a pedir ajuda. Nesse momento estava passando a Riqueza, em um lindo barco. O Amor disse:

- Riqueza, leve-me com você.
- Não posso. Há muito ouro e prata no meu barco. Não há lugar para você.

Ele pediu ajuda a Vaidade, que também vinha passando.

- Vaidade, por favor, me ajude.
- Não posso te ajudar, Amor, você esta todo molhado e poderia estragar meu barco novo.

Então, o amor pediu ajuda a Tristeza.

- Tristeza, leve-me com você.
- Ah! Amor, estou tão triste, que prefiro ir sozinha.

Também passou a Alegria, mas ela estava tão alegre que nem ouviu o amor chamá-la.
Já desesperado, o Amor começou a chorar. Foi quando ouviu uma voz chamar:

- Vem Amor, eu levo você!

Era um velhinho. O Amor ficou tão feliz que esqueceu-se de perguntar o nome do velhinho. Chegando do outro lado da praia, ele perguntou a Sabedoria.

- Sabedoria, quem era aquele velhinho que me trouxe aqui?

A Sabedoria respondeu:

- Era o TEMPO.
- O Tempo? Mas porque só o Tempo me trouxe?
- Porque só o Tempo é capaz de entender o "AMOR"."

Autor: Reinilson Câmara


segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Finais Infelizes que Ensinam

E foram felizes para sempre…

Você acha que toda história infantil deve terminar assim?
Então, como diz a propaganda, está na hora de rever seus conceitos.
Os contos de fada são considerados um pré-vestibular para a idade adulta e preparam de uma forma subjetiva, as crianças para a trajetória rumo à idade adulta que, todos nós sabemos, não implica em acertos e vitórias o tempo todo. Mas, por desinformação e imbuídos das melhores intenções, a maioria dos educadores e pais amenizam os finais dos contos de fada que não apresentam um desfecho otimista, celebrado muitas vezes com um interminável beijo de amor.
Ora, todos nós sabemos que infelizmente os casamentos não duram mais “até que a morte os separe” e que, mesmo os que se perpetuam, não são um mar de rosas o tempo todo. Por que, então, ficarmos condicionados a incutir desde cedo na cabeça dos pequenos (e principalmente das meninas) a idéia de que a grande sorte da vida é um bom casamento? Estaremos fadando nossas filhas a viverem uma existência sonambúlica caso não consigam se casar? Que tal pensarmos em histórias que também apresentem outras possibilidades de crescimento e evolução existencial ou então que contem sobre princesas que disseram não ao pedido do príncipe abestalhado com cabelinho repartido no meio?
Quando sentirmos dificuldade em dar voz aos contos que tratam de questões polêmicas, o melhor caminho é primeiro investigarmos a nossa formação e a criança que ainda somos internamente. Na maioria das vezes constatamos, após essa reflexão, que a dificuldade é nossa e não dos nossos alunos ou filhos. Adultos inseguros foram, na maioria das vezes, assombrados por pais igualmente temerosos. Educadores e pais que foram na infância assombrados por pais inseguros passarão “batidos” pelo Ciclo da Morte Lograda que faz parte do imaginário popular.
Sempre relato uma experiência que me fez refletir muito sobre esse tema: em uma das sessões numa enfermaria pediátrica (referência em tratamento de soropositivos), estava contando “Maria vai com as outras” da saudosa Sylvia Orthof que, em determinado trecho, traz a palavra veterinário. Por não ser comum ao universo infantil, perguntei se alguém sabia o que era um veterinário. Um deles levantou o dedo e respondeu: “é o lugar para onde a gente vai quando morre”. Desconcertado, mas sem perder o fio da história, respondi que veterinário é o doutor dos animais e o lugar ao qual ele havia se referido era cemitério.
Segui em frente, mas saí da sessão muito “mexido”. Nunca uma intervenção da platéia me ensinou tanto quanto aquela.
Até então achava que por estar contando histórias em um ambiente hospitalar (e principalmente em uma enfermaria com aquelas
características), deveria mostrar um mundo cor de rosa e repleto de leveza. Mas, na verdade, esse era o desejo do menino Laerte
que fora criado em um ambiente no qual o tema morte era escamoteado e nunca citado. No entanto, aquele ouvinte com seu aparte me mostrou que a dificuldade era só minha e que esperava encontrar em mim um interlocutor para falar disso.

A partir dali, percebi que deveria sim contar histórias alegres, mas comecei a trabalhar no meu repertório outras que tratavam de ruptura e transformação, contos em que o protagonista tinha que vencer dragões e gigantes para fazer jus ao ser feliz para sempre.
Nos trabalhos com comunidades, repetimos o mesmo engano: nossa intenção é sempre enaltecer a honestidade e o amor ao próximo para um público que sofre com o tráfico ou em instituições que cuidam de menores infratores.
Por que não começamos simplesmente divertindo?
Não é essa uma das funções fundamentais da contação de histórias? É preciso estabelecer elos com os ouvintes e eles não se entregarão se, logo de cara, você vier desfilando conceitos e dogmas. Depois que aqueles ouvintes tiverem se divertido com a sua história de abertura, você poderá narrar os contos que dão maior ênfase à moralidade e à ética. Mas, por favor, pegue leve na moral das histórias! Nunca o indicador em riste para finalizar um conto! A moral deve ser “lida” nas entrelinhas.
Sempre digo que contar histórias é “servir um banquete” e quando você se propõe a servir uma lauta refeição, não pensa em um prato só, não é mesmo? Você serve a entrada: as histórias mais leves e divertidas, facécias ou contos que enfatizem a importância do narrar. Depois, vem o prato principal: os contos mais extensos e, finalmente, a sobremesa, fábulas, lengalengas ou contos acumulativos. E aí, é só entrar pela perna do pato, sair pela perna do pinto e quem quiser que conte quatro.
Certo dia uma oficineira me disse que ouvira de um contador africano que a maior qualidade de um narrador é a brevidade. Desde então, venho refletindo sobre isso e inserindo, pouco a pouco, na minha prática. É importante que diversifiquemos os temas tratados na Hora do Conto (mesmo como preparação para o sono) para que possamos ampliar na criança as inúmeras possibilidades que a vida apresenta. Nem só de sucessos a vida é constituída; às vezes, aprendemos muito mais com os erros e uma das funções da contação de histórias é acordar a criança para a vida.
E nunca exagerar: é melhor que fique um gostinho de quero mais. E, tomando minha dica para mim mesmo, vou terminando esse artigo por aqui.

Laerte Vargas

Contador de Histórias e Facilitador de Oficinas

http://laertevargascontadorhistorias.wordpress.com

Um Simples Conselho

Certa vez um jovem muito rico foi procurar um rabi para lhe pedir um conselho.

Toda a fortuna que possuía não era capaz de lhe proporcionar a felicidade tão sonhada.

Falou da sua vida ao rabi e pediu a ajuda.

Aquele homem sábio o conduziu até uma janela e lhe pediu para que olhasse para fora com atenção, e o jovem obedeceu.

-- O que você vê através do vidro, meu rapaz?

-- Vejo homens que vêm e vão, e um cego pedindo esmolas na rua.

Então o homem lhe mostrou um grande espelho e novamente o interrogou: o que você vê neste espelho?

Vejo a mim mesmo, disse o jovem prontamente.

-- E já não vê os outros, não é verdade?

E o sábio continuou com suas lições preciosas:

-- Observe que a janela e o espelho são feitos da mesma matéria prima: o vidro.

Mas no espelho há uma camada fina de prata colada ao vidro e, por essa razão, você não vê mais do que sua própria pessoa.

Se você se comparar a essas duas espécies de vidro, poderá retirar uma grande lição.

Quando a prata do egoísmo recobre a nossa visão, só temos olhos para nós mesmos e não temos chance de conquistar a felicidade efetiva.

Mas quando olhamos através dos vidros limpos da compaixão, encontramos razão para viver e a felicidade se aproxima.

Por fim, o sábio lhe deu um simples conselho:

-- Se quiser ser verdadeiramente feliz, arranque o revestimento de prata que lhe cobre os olhos para poder enxergar e amar aos outros.

Eis a chave para a solução dos seus problemas.

Se você também não está feliz com as respostas que a vida tem lhe oferecido, talvez fosse interessante tentar de outra forma.

Muitas vezes, ficamos olhando somente para a nossa própria imagem e nos esquecemos de que é preciso retirar a camada de prata que nos impede de ver a necessidade à nossa volta.

Quando saímos da concha de egoísmo, percebemos que há muitas pessoas em situação bem mais difícil que a nossa e que dariam tudo para estar em nosso lugar.

E quando estendemos a mão para socorrer o próximo, uma paz incomparável nos invade a alma. É como se Deus nos envolvesse em bênçãos de agradecimento pelo ato de compaixão para com Seus filhos em dificuldades.

Ademais, quem acende a luz da caridade, é sempre o primeiro a beneficiar-se dela.

E a caridade tem muitas maneiras de se apresentar:

Pode ser um sorriso gentil...

Uma palavra que anima e consola...

Um abraço de ternura...

Um aperto de mão...

Um pedaço de pão...

Um minuto de atenção...

Um gesto de carinho...

Uma frase de esperança...

E quem de nós pode dizer que não necessita ou nunca necessitará dessas pequenas coisas?

"A caridade é o gênio celestial que nos tece asas de luz para a comunhão com o pensamento divino, se soubermos esquecer-se de nós mesmos para construir a felicidade daqueles que nos estendem as mãos."

Colaboração: Renato Antunes Oliveira

Reunião Grupo "Palavras de Alfenim"






A NUVENZINHA TRISTE

Mas havia uma nuvenzinha muito triste. Ela já estava cansada de ser nuvem. Ela não estava feliz por Deus tê-la criado sendo uma nuvem.

1- Então ela viu um pássaro colorido voando, voando. E ela pensou:
- Eu poderia ser um pássaro!
Ela se espichou daqui e dali e...

2- Logo se transformou num pássaro. Que bom! Agora ela parecia com um pássaro. Ela podia voar pra lá e pra cá. Mas, o pássaro não podia voar mais alto. E ela então se cansou de ser pássaro.

3- Mais tarde, ela viu um avião a jato voando pelos ares. E ela pensou:
- Eu poderia ser um avião a jato para viajar a muitos lugares!

4- E ela se espichou daqui e dali, transformando-se em um avião a jato. Agora sim ela poderia ser feliz. Afinal, agora ela poderia voar bem alto, conhecer muitos lugares, muitas pessoas. Mas, ela logo se cansou de voar, de ir para longe das outras nuvens. Ela ficava tão sozinha!

5- Então ela viu uma pipa colorida. Ela ficou impressionada com a altura que ele voava, era tão bonita e voava tão alto! As crianças riam e brincavam com ela, parecendo tão felizes!
A nuvenzinha resolveu então ser uma pipa.

6- Foi se espichando dali e daqui, até que se transformou numa pipa. E quando o vento soprava, a pipa voava bem alto. Mas ela se cansou de ser pipa. As crianças não se alegravam mais com ela!

7- E numa noite, ela viu as estrelas brilhando no céu. Ela também quis ser estrela.

8- Espichou daqui e dali, ela se transformou numa estrela bem brilhante. Mas, a vida da estrela não era muito boa. E, ela, se cansou de ser estrela.

A nuvenzinha já estava desanimada por procurar ser tanta coisa e não conseguir ser feliz.

9- Então ela começou a chorar. Suas lágrimas foram caindo, caindo... como gotinhas de água em cima da terra, do campo, das flores e logo o capim foi crescendo e ficando verdinho, as flores foram se abrindo alegrando o jardim.

10- E a nuvenzinha foi ficando alegre e compreendendo como era importante ser uma nuvenzinha. Ela já não queria ser outra coisa

A nuvenzinha descobriu como era maravilhoso ser uma nuvem. Deus criou a nuvenzinha para nos dar chuva, que molha a terra, o campo, dando alimento para as pessoas e os animais. Assim através de suas gotinhas ela descobriu que podia alegrar muita gente e se tornou feliz.

Célia Gomes

Reunião do grupo "Palavras de Alfenim" para confeccionar material.
EM Rafaela Abrão